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Sim, diga a seu médico que você tem dor no peito,
mas diga também que sua dor é dor de tristeza, é dor de angústia.
Conte a seu médico que você tem azia, mas descubra o motivo pelo qual você,
com seu gênio, aumenta a produção de ácidos no estômago.
Relate que você tem diabetes, no entanto, não se esqueça de dizer também
que não está encontrando mais doçura em sua vida
e que está muito difícil suportar o peso de suas frustrações.
Mencione que você sofre de enxaqueca,
todavia confesse que padece com seu perfeccionismo,
com a autocrítica, que é muito sensível à crítica alheia e demasiadamente ansioso.
Muitos querem se curar, mas poucos estão dispostos a neutralizar em si
o ácido da calúnia, o veneno da inveja, o bacilo do pessimismo e o câncer do egoísmo.
Não querem mudar de vida.
Procuram a cura de um câncer, mas se recusam a abrir mão de uma simples mágoa.
Pretendem a desobstrução das artérias coronárias,
mas querem continuar com o peito fechado pelo rancor e pela agressividade.
Almejam a cura de problemas oculares, todavia não retiram dos olhos
a venda do criticismo e da maledicência.
Pedem a solução para a depressão, entretanto, não abrem mão do orgulho ferido
e do forte sentimento de decepção em relação a perdas experimentadas.
Suplicam auxílio para os problemas de tireóide,
mas não cuidam de suas frustrações e ressentimentos,
não levantam a voz para expressarem suas legítimas necessidades.
Imploram a cura de um nódulo de mama,
todavia, insistem em manter bloqueada a ternura e a afetividade.
Clamam pela intercessão divina,
porém permanecem surdos aos gritos de socorro
que partem de pessoas muito próximas de si mesmos.
Deus nos fala através de mil modos; a enfermidade é um deles
e por certo, o principal recado que nos chega da sabedoria divina
é que está faltando mais amor e harmonia em nossa vida.
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( Do livro – O médico Jesus – José Carlos de Lucca )
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