Jardins de Sephora

06 dezembro 2010

A procura...

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A procura precisa ser mais forte que o medo,
sobretudo,
quando você já tentou de tudo
e não encontrou o que procurava...
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( Rahasya Fritjof Kraft )
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28 novembro 2010

Se

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Se, ao final desta existência,
Alguma ansiedade me restar
E conseguir me perturbar;
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Se eu me debater aflito
No conflito, na discórdia...
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Se ainda ocultar verdades
Para ocultar-me,
Para ofuscar-me com fantasias por mim criadas...
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Se restar abatimento e revolta
Pelo que não consegui
Possuir, fazer, dizer e mesmo ser...
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Se eu retiver um pouco mais
Do pouco que é necessário
E persistir indiferente ao grande pranto do mundo...
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Se algum ressentimento,
Algum ferimento
Impedir-me do imenso alívio
Que é o irrestritamente perdoar,
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E, mais ainda
Se ainda não souber sinceramente orar
Por quem me agrediu e injustiçou...
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Se continuar a mediocremente
Denunciar o cisco no olho do outro
Sem conseguir vencer a treva e a trave
Em meu próprio...
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Se seguir protestando
Reclamando, contestando,
Exigindo que o mundo mude
Sem qualquer esforço para mudar eu...
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Se, indigente da incondicional alegria interior,
Em queixas, ais e lamúrias,
Persistir e buscar consolo, conforto, simpatia
Para a minha ainda imperiosa angústia...
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Se, ainda incapaz
Para a beatitude das almas santas,
Precisar dos prazeres medíocres que o mundo vende...
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Se insistir ainda que o mundo silencie
Para que possa embeber-me de silêncio,
Sem saber realizá-lo em mim...
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Se minha fortaleza e segurança
São ainda construídas com os materiais
Grosseiros e frágeis
Que o mundo empresta,
E eu neles ainda acredito...
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Se, imprudente e cegamente,
Continuar desejando
Adquirir,
Multiplicar,
E reter
Valores, coisas, pessoas, posições, ideologias,
Na ânsia de ser feliz...
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Se, ainda presa do grande embuste,
Insistir e persistir iludido
Com a importância que me dou...
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Se, ao fim de meus dias,
Continuar
Sem escutar, sem entender, sem atender,
Sem realizar o Cristo, que,
Dentro de mim,
Eu Sou,
Terei me perdido na multidão abortada
Dos perdulários dos divinos talentos,
Os talentos que a Vida
A todos confia,
E serei um fraco a mais,
Um traidor da própria vida,
Da Vida que investe em mim,
Que de mim espera
E que se vê frustrada
Diante de meu fim.
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Se tudo isto acontecer
Terei parasitado a Vida
E inutilmente ocupado
O tempo
E o espaço
De Deus.
Terei meramente sido vencido
Pelo fim,
Sem ter atingido a Meta.
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( Hermogenes )
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19 novembro 2010

Simplesmente eu, Clarice Lispector

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Agora preciso de tua mão,
não para que eu não tenha medo,
mas para que tu não tenhas medo.
Sei que acreditar em tudo isso será,
no começo, a tua grande solidão.
Mas chegará o instante em que me darás a mão,
não mais por solidão, mas como eu agora:
Por amor.
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( Clarice Lispector )
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12 novembro 2010

Eu sou e eu quero...

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Sou uma eterna apaixonada por palavras e pessoas inteiras...
Sigo a vida conforme o roteiro, sou quase normal por fora, pra ninguém desconfiar.
Mas por dentro eu deliro e questiono.
Não quero uma vida pequena, um amor pequeno, um alegria que caiba dentro da bolsa.

Eu quero mais que isso.
Quero o que não vejo. Quero o que não entendo. Quero muito e quero sem fim.
Não cresci pra viver mais ou menos, nasci com dois pares de asas, quero ir longe.
Por isso, não me venha com superficialidades, nada raso me satisfaz.
Eu quero o mergulho.
Entrar de roupa e tudo no infinito que é a vida.
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02 novembro 2010

Quem é você?

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" As pessoas não sabem muitas coisas sobre elas mesmas.
Tentam estar certas.
Você tem de ser você mesmo.
MAS TEM DE SABER QUEM VOCÊ É."
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( Sonia Rykiel )
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26 outubro 2010

Onde está você ?

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03 outubro 2010

O Extraordinário.

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Tudo pode ser “extraordinário”
se é extraordinária a nossa maneira de ver e de sentir.
Os girassóis de Van Gogh não eram extraordinários,
mas o eram os olhos e a sensibilidade do artista.
Os meus pés descalços pela beira lamacenta de um rio não tem nada de extraordinário,
mas recorda-me como a lama se introduzia entre os meus dedos dos pés.
Isso me faz sentir como um sinal,
de que qualquer pequeno acontecimento,
mesmo o mais comum e insignificante,
pode se transformar em “extraordinário” por toda uma vida.

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( José Saramago)
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03 setembro 2010

Era uma vez ...

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Aquela frase de Alfred Tennyson
“Sou parte de tudo aquilo que encontrei no meu caminho”
é bem vinda aqui com um complemento meu,
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“mas sou muito mais aquilo que escolhi ser,
além e acima das coisas que encontrei no meu caminho”
( Sephora Freire de Oliveira)
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NAIKAN

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Voçê já ouviu falar em Naikan?

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É uma técnica para exercitar a gratidão que foi concebida por Yoshi Yamamato ( 1906- 1988 ) com base nos princípios do budismo.
Praticar Naikan é romper com a avaliação egocêntrica da vida e desenvolver uma nova percepção com a relação a tudo e todos que nos rodeiam, o que faz viver com mais significado e sentido.
A prática do Naikan passa por uma auto-reflexão ou meditação analítica conduzida por três perguntas básicas:
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• O que recebi das pessoas na minha vida?
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• O que dei a elas em retorno?
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• Que tipo de problema ou difilculdade eu criei para elas?
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O naikan conduz-nos a uma contabilidade bem objetiva e prática das nossas relações, em termos de ganho ( O que eu ganhei ), doação ( O que eu dei? ) e indução de dano ( O que eu causei de dificuldade? )
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A quarta questão relacionada com “ problemas de dificuldades que ( pessoa x ) causou-me” é propositadamente ignorado em Naikan.
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O importante é percebermos quanto recebemos da vida, descobrirmos os inúmeros modos através dos quais somos ou fomos amados e tratados. Apesar dos fracassos, a vida não nos falha. Apesar dos erros, a realidade ampara-nos.
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25 agosto 2010

Adágio popular ...



" As pessoas valem o que vale a afeição da gente.
E, é dai que o mestre "povo" tirou aquele adágio que,
QUEM O FEIO AMA, BONITO LHE PARECE."

( Machado de Assis)

31 julho 2010

Um Dia Importante.

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Foto - Galeria de ~♥~AmahRa58~♥~
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Não dá pra saber qual dia será o mais importante da sua vida.
Os dias que você pensa serem importantes...
Nunca atingem a proporção imaginada.
São os dias normais, os que começam normalmente,
e acabam se tornando os mais importantes.
Você não reconhece o dia mais importante da sua vida
até que esteja no meio dele.
O dia que você se compromete com algo ou alguém.
O dia que você tem seu coração partido.
O dia que você conhece o grande amor.
O dia que você se dá conta que não há tempo suficiente,
porque você quer viver para sempre.
Esse são os dias mais importantes.
Os dias perfeitos.
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( Grey's Anatomy )
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13 julho 2010

O Nosso Sonho

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Diálogo de uma Criança e um Pensador:
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A criança perguntou: “QUE TAMANHO TEM O UNIVERSO?”

Ele respondeu: “O UNIVERSO TEM O TAMANHO DO SEU MUNDO.”

E perturbada, ela novamente indagou:
“QUE TAMANHO TEM O MEU MUNDO?”

Ele respondeu: “TEM O TAMANHO DOS SEUS SONHOS”
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Vamos cuidar bem dos nossos sonhos.
Eles precedem e preparam os fatos
que mudam de forma definitiva a nossa vida.
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05 julho 2010

...

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( Foto - Galeria de Larsthrows )
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"Não quero ser a introdução
ou a conclusão do livro de sua vida,
ficaria feliz em ser apenas um capítulo
inesquecível e perfeito
do qual você leu e jamais esqueceu..."
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(Fátima Maria)
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21 junho 2010

...

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Faltam-te pés para viajar?
Viaja dentro de ti mesmo,
e reflete, como a mina de rubis,
os raios de sol para fora de ti.
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(Rumi)
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16 junho 2010

...

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Eu soube enfim que o amor está ligado a mim.
E eu agarro esta cabeleira de mil tranças.
Embora ontem à noite
eu estivesse bêbado da taça,
Hoje, eu sou tal,
que a taça se embebeda de mim.
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( Rumi )
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10 junho 2010

É o bastante !

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( foto - flickr - @lugli)
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Para meu coração basta teu peito
para tua liberdade bastam minhas asas.
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(Pablo Neruda)
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06 junho 2010

Reflexão do dia 07/06/2010

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Aquele que imagina que todos os frutos
amadurecem ao mesmo tempo,
como as cerejas,
nada sabe a respeito das uvas.
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( Paracelso )
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25 maio 2010

E, NO ENTANTO...

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O dia ainda não raiara quando Marieta despertou estranhamente.
Havia várias noites dormia mal, virava-se de um lado para o outro, agoniava-se com o queimor dos lençóis, a cama vazia, a estranheza de um sono que lhe faltava por mais que buscasse uma posição de relaxamento. As madrugadas começavam a atormentá-la, já não sabia como proceder. À mesa de cabeceira, uma pilha de livros repousava, o copo d´água de sempre, o abajur com luz apagada, os óculos, o retrato de Pedro. Tudo acabava se esvaindo na solidão de um quarto fechado. Não estava disposta a rever os desencontros. Haveria de apagar o domingo passado. Irritante. Desprezível.
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E, NO ENTANTO, ESQUECEU DE DIZER QUE...
Acendeu a luz, dirigiu-se ao lavabo, acreditava que um banho morno a faria dormir.
Deixou-se invadir pela ducha, o corpo arrepiou-se, nem frio nem calor; apenas uma sensação de arrependimento. Enxugou-se de imediato; vestiu uma camisola de alças, de tecido fino, algodão. O pijama de seda, desprezou-o. Precisava de alguma coisa que lhe desse liberdade, o peito arfava, o colo carecia de maior contato com ar, ela almejava despir-se de um pensamento que a incomodava.
E se tivesse perdoado Pedro? O que mudaria nesse ato de compaixão?
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Tornou-se a deitar-se. Encolheu as pernas, sentiu o próprio corpo a palpitar; ela, Marieta, ignorava a atitude que tomara. Fechou as pálpebras e aperto-as como se quisesse isolar-se do mundo. Era isso, carregava o peso de um gesto intempestivo. Voltaria atrás? Nem se mexia, tomada por um sentimento de desespero. O relógio badalava os minutos, mais um quarto de hora, e afinal o som das três da manhã.
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Sobre a penteadeira, os perfumes, o pente, o batom e a sombra para emoldurar os olhos. Gostava de pintar-se, tinha a mania de soltar os cabelos ao natural, livre, escorridos, longos. Curioso: raramente usava batom; Pedro não apreciava. Por isso, exagerava a luminosidade das sombras nos olhos. Alta, esguia, porte de manequim, bonita, jeito um tanto selvagem, talvez mostrasse ousadia demais para uma mulher discreta por natureza. Resolveu mudar de posição na cama. Agora de costas, pernas estiradas, a cabeça vigiava o teto. Marieta lutava contra as lembranças que a atormentavam... Quantas vezes repudiou essa perversa memória, os detalhes, cada sílaba, o som das frases, o escapulir de palavras grosseiras na linguagem da raiva, a intensidade do sim e do não, o neutro a outorgar precárias irrealidades?! Tão cansada de reviver aquele diálogo de domingo, seco, duro, insuportável.
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E, NO ENTANTO, ESQUECEU DE DIZER QUE...
E se tivesse dito isto em vez daquilo? Teria sido intolerante?
Repetia-se tanto que os ouvidos pareciam estourar... O quarto se mantinha inalterado; ela, uma mulher racional encontrava-se invadida pelo excesso de emoção. E o corpo latejava de fatiga ou de desprezo por si mesma. Nunca se aceitava quando perdia o controle da situação.
Falou demais, disse o que não devia, julgou-se superior, sequer imaginou o minuto a seguir.
Por que?
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E, NO ENTANTO...
A escrivaninha, do lado oposto à penteadeira, apinhada de papeis, blocos, livros, retalhos de jornais, canetas – a agenda do ano jazia como um objeto distante de seu pensamento. Um objeto. A desarrumação lhe doía, apreciava os papéis em ordem, nem conseguia trabalhar com tanto desmazelo. Desde domingo abandonara a disciplina do cotidiano: casa, trabalho. Lazer. Dormia mal, vivia mal, o tempo passava mesmo assim, alheio aos sentimentos de uma mulher. De uma mulher somente? Não, não. De todas as mulheres e de todos os homens.
Um tempo autoritário e independente.
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De olhos bem abertos, deitada de costas, o teto parecia-lhe montar um jogo de sombras, algumas disformes, outras menos distorcidas, todas igualmente idealizadas por uma imaginação insone. Fantasmas que tentavam deslindar o que sua mente não arriscava mostrar: Figuras patéticas, imagens monstruosas, círculos fechados em contínuos espirais, corpos nus, labaredas, fogo... Nem sequer sabia onde estava. Marieta sonhava ou deturpava a realidade de um domingo cruel. E era quarta-feira. E quantos dias haviam passado? As pernas lentamente se encolheram, mudou de novo de posição, tão tarde, a noite se encantava, quase dia.
O sono não chegava, as sombras continuavam no teto, a penteadeira exibia os perfumes, o batom, o pente... a escrivaninha em descalabro.

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E PEDRO?
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E, NO ENTANTO, ESQUECEU DE DIZER...QUE O AMAVA.
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( Fátima Quintas )
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17 maio 2010

União

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Eu?
Eu sou eu
por tu seres.
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Sou!
Sou tu e eu,
sou nós.

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Serei,
por ti,
nunca mais
só eu.

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( Vicente Ferreira da Silva )
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06 maio 2010

Reflexão do Dia 06/05/2010

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" Não menospreze as boas ações muito pequenas,
pensando que não trazem benefícios,
até gotas minúsculas de água
acabam enchendo um vaso enorme.
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Não menospreze as más ações simplesmente por serem pequenas,
por menor que seja uma centelha,
pode incendiar uma pilha de feno
do tamanho de uma montanha."
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( O Buda)
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29 abril 2010

As Fontes

( Foto - Arun Sundar )
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Um dia quebrarei todas as pontes
Que ligam o meu ser, vivo e total,
À agitação do mundo do irreal,
E calma subirei até as fontes.
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Irei até as fontes onde mora
A plenitude, o límpido esplendor
Que me foi prometido em cada hora,
E na face incompleta do amor.
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Irei beber a luz e o amanhecer,
Irei beber a voz dessa promessa
Que às vezes como um vôo me atravessa,
E nela cumprirei todo o meu ser.
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( Sophia de Mello Breyner Andresen )
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23 abril 2010

" Se "

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Se tanto me doi que as coisas passem
É porque cada instante em mim foi vivo
Na luta por um bem definitivo
Em que as coisas de amor se eternizassem.
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( Sophia de Mello Breyner Andresen )
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17 abril 2010

A Compreensão da Vida.

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( Flickr David Reneses )
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Não podemos fugir da vida; temos de compreendê-la. E para compreendermos uma coisa, não devemos dar-lhe pontapés, nem evitá-la. Cumpre ter grande amor, verdadeira afeição por aquilo que queremos compreender. Se desejamos compreender uma criança por exemplo, não podemos coagi-la, forçá-la, ou compará-la com seu irmão mais velho. Devemos olhar a criança, observá-la com carinho, ternura, afeição, com tudo o que de bom possuímos. Do mesmo jeito, devemos compreender essa coisa vulgar que chamamos “nossa vida”, com seus ciúmes, conflitos, aflições, canseiras, pesares. Então quando adquirimos essa compreensão provém uma diferente tranqüilidade, que não pode ser procurada às cegas.
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Há uma interessante história de um discípulo que foi ter com o Mestre.
Encontrava-se este num belo e bem irrigado jardim, e o discípulo sentou-se perto dele – não bem à sua frente, porque sentar-se diretamente à frente do Mestre não seria respeitoso. Assim sentando-se ao lado, o discípulo cruza as pernas e fecha os olhos.
Então pergunta o Mestre: “ Meu amigo, que estais fazendo?”
Abrindo os olhos, o discípulo responde: “Mestre, estou tentando alcançar a consciência do Buda” – e torna a fechar os olhos.
Daí a momentos, o mestre apanha duas pedras e começa a esfregar uma na outra, com muito barulho; então o discípulo desce das alturas em que andava e pergunta: “Mestre, que estais fazendo?”
Ao que o Mestre responde: “Estou esfregando estas duas pedras, para fazer uma delas se torne um espelho. “
Diz então o discípulo: “Mas, Mestre, isso jamais conseguireis, 
ainda que fiqueis um milhão de anosa esfregá-las.”
Sorri, então o Mestre e responde: “De modo, idêntico, meu amigo, podeis ficar aí sentado um milhão de anos, que nunca alcançareis o que estais tentando alcançar.” – E é isso o que todos nós estamos fazendo. Estamos tomando posições; estamos desejando alguma coisa, buscando algo, às cegas – o que exige esforço, luta, disciplina. Mas sinto dizer-vos que nenhuma dessas coisas vos abrirá a porta. O que o fará é a compreensão sem esforço; apenas olhar, observar, com afeição, com amor. 
Mas não podeis ter amor se não sois humilde.
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( Krishnamurti - Livro. - A mente sem medo )
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11 abril 2010

Certeza

( Flickr Galeria Klskogen)
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Procurar!
Às vezes,
o tempo de uma existência
não é suficiente.
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Encontrar!
Noutras,
o que foi uma busca incessante
num estante, é certeza.
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Sabes porque serias feliz comigo?
Porque eu seria feliz contigo.
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( Vicente Ferreira da Silva )
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30 março 2010

Histórias da Páscoa

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A festa da páscoa tem origem numa tradição judaica, muito antes da vinda de Cristo. Era uma festa que recordava momentos significativos do povo hebreu (judeu). O terceiro livro da bíblia, Levítico, escrito por Moisés, conta que a páscoa originou-se com a consagração das primícias,(primeiros frutos, a prioridade que honra ( Proverbios 3 ; 9),(Números 13:20) ,) onde era apresentado a Deus o resultado das plantações, as boas colheitas.
A páscoa ficou conhecida como o nascimento da liberdade do povo judeu. Deus queria a libertação de seu povo, que não era aceita pelo faraó do Egito.
Assim, a páscoa ganha o sentido de libertação diante da morte, quando na fuga desse povo, Moisés abre o mar vermelho, com seu cajado, tornando possível a passassem dos hebreus para o lado da Terra prometida.
O termo páscoa tem origem do hebraico (Pessach), que significa passagem.
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SÍMBOLOS E ESPERANÇA.
A páscoa tem um significado profundo e símbolos que evocam um novo desabrochar da vida.
Vejamos como exemplo os ovos da páscoa que representam o sepulcro que liberta a nova vida. As tradições comuns aos cristãos são a bênção do fogo novo, as velas ou círio, símbolo de Cristo ressuscitado, o pão enfeitado porque é alimento que sustenta a vida. Páscoa para os Judeus é vida e liberdade; para nós cristãos é vida e ressurreição.
Na páscoa cristã e Judaica, existem símbolos comuns: o cordeiro sem ossos quebrados e seu sangue, marcando o povo para uma nova realidade de mudanças e libertação em meio a toda opressão.
A principal celebração feita pelos povos judeus é o jantar em família (Seder), onde aparecem os alimentos que têm grande importância na cultura desse povo. Esse jantar serve ainda para ensinar as gerações mais novas, sobre os três principais alimentos da refeição: o cordeiro, os pães e as ervas amargas.
O cordeiro (pesah) "é o sacrifício da páscoa de Jahwé, que passou as casas dos filhos de Israel no Egito, quando feriu os egípcios e livrou nossas casas." (Ex 12,27).
O pão ázimo (matsah) que foi feito às pressas, antes da fuga do Egito, (Ex. 12,39), ensinando às novas gerações que assim como o fermento representa as imperfeições morais e as tendências negativas do homem. Da mesma forma que a massa fermentada enche-se de ar e cresce, assim também é o homem que se enche de vaidade, vazios.
Já as ervas amargas (maror), (Ex. 1,14), (Números 13:20) " Assim lhes amargura a vida com pesados serviços e com toda sorte de trabalho, emfim, com todo o seu serviço, em que os faziam servir com dureza ( EX. 1,14 ).
.JESUS E A FESTA DA PÁSCOA

Depois de tudo isso cabe-nos lembrar que desde o início de sua vida, Jesus se inseriu na vida religiosa do seu povo. Ele não podia deixar de viver e fazer uso de todo tipo de rito dos Judeus, incluindo a celebração da páscoa, para assim perpetuar a verdadeira páscoa.
Desse modo, o Salvador, antes de deixar este mundo e voltar para o Pai, instituiu um rito, para a verdadeira passagem do homem deste mundo para o Pai.
Não temos dúvida que Jesus celebrou a páscoa Judaica. Mas em seguida nasceu um novo rito em sua memória, a memória de outro fato histórico que havia de realizar,
"Fazei isto em memória de mim"(Lc 22,19) onde significava "sede vós, o meu exemplo, corpo dado e sangue derramado em favor de vossos irmãos".
Podemos concluir que a ressurreição é um aspecto do Reino de Deus que se dirige à pessoa inteira, é um novo mundo, uma nova criação, é o tempo- que há-de-vir,( um futuro próximo), saúde, vida , felicidade, terra prometida, ressureição e boas novas de libertação.
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18 março 2010

Frase de Hoje - 18/ março/ 2010

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( Galeria de bocavermelha-l.b )
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"Compromete-te com algo
que esteja mais além de ti mesmo.
Sê apaixonado ao fazê-lo.
Mas não destruas o mundo,
a menos que tenhas algo melhor
para colocar em seu lugar."
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( Lawrence Ferlinghetti )
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14 março 2010

O Rio e Oceano

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Diz-se que, mesmo antes de um rio cair no oceano ele treme de medo.
Olha para trás, para toda a jornada,os cumes, as montanhas,
o longo caminho sinuoso através das florestas, através dos povoados,
e vê à sua frente um oceano tão vasto
que entrar nele nada mais é do que desaparecer para sempre.
Mas não há outra maneira.
O rio não pode voltar. Ninguém pode voltar.
Voltar é impossível na existência. Você pode apenas ir em frente.
O rio precisa se arriscar e entrar no oceano.
E somente quando ele entra no oceano é que o medo desaparece.
Porque apenas então o rio saberá
que não se trata de desaparecer no oceano,
MAS TORNAR-SE OCEANO.
Por um lado é desaparecimento
e por outro lado é renascimento.
( Osho )
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05 março 2010

Inseguranças X Força

( Foto - Imperador Romano Marcus Aurelius - Galeria Marcel Germain )
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"Nosso medo mais profundo não é de ser inadequado...
Nosso medo mais profundo é de sermos poderosos além da medida.
É nossa luz, não nossa escuridão, o que mais nos assusta.
Nós nos pergutamos,
'Quem sou eu para ser brilhante, interessante, talentoso e fabuloso?'
Na realidade, quem é você para não ser?
Você é um filho de Deus.
Você fazer papel de pequeno não serve ao mundo.
Não há nada de iluminador em se encolher
para que outras pessoas não se sintam inseguras perto de você.
Nascemos para manisfetar a glória de Deus que está dentro de nós.
E ela não está em apenas alguns de nós; está em todo mundo.
E quando a gente deixa a nossa própria luz brilhar,
nós, inconscientemente damos a outras pessoas
permissão para fazerem o mesmo.
Quando a gente se liberta dos nossos medos,
nossa presença automaticamente liberta os outros."
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(Nelson Mandela - 1994)
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26 fevereiro 2010

Pratique a Gentileza

Foto - TumblingRun
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Pratique a Gentileza
Penso que ser gentil é ser belo.
Nada mais atraente e desconcertante do que uma pessoa gentil.
Gentileza que significa cortesia, amabilidade, fidalguia, bom tratamento, tem um poder muito grande e tem relação direta com a inteligência.
Essa atitude depende do hábito, tem um pouco de renúncia e muito a ver com a generosidade, e esta é irmã da caridade, por isso que quanto mais elevada a pessoa, mais gentil ela é.
Virtude que pertence à família do amor, é também a chave que abre as portas do sucesso, porque não há coração mais endurecido que a gentileza não consiga desarmar, nem situação mais desfavorável que não consiga reverter.
Ainda que você não acredite em tudo o que pode a gentileza, ainda que ache que tudo isso é exagero, se você for gentil, estará se presenteando a si mesmo, porque tornará sua vida bem mais prazeirosa.
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Lembre-se;
"O primeiro degrau do Paraíso chama-se gentileza" .
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24 fevereiro 2010

O Alimento das Crianças


Uma criança é alimentada com leite e elogio.
Nossos Pequenos dependem de nós para se lembrarem
de Quem Eles Realmente São.
Não perca uma única chance de fazer isso.
E enquanto faz isso, ofereça algum elogio, diariamente, para a sua Criança Interior.
Seu próprio Pequeno poderia usufruir de algum amor neste momento.
Na verdade, sempre.
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( Neale D. W. )
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11 fevereiro 2010

Frase de Hoje 11/ Fev / 2010

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"Em algum lugar,
algo incrível espera
para ser conhecido."
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( Carl Sagan, astrônomo americano )
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01 fevereiro 2010

Vertuno e Pomona

"Vertumnus et Pomona" - Laurent Delvaux
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"As hamadríades eram ninfas dos bosques. Pomona era uma delas, e nenhuma a excedia no amor aos jardins e ao cultivo das árvores frutíferas.
Não se preocupava com florestas e rios, mas amava as regiões cultivadas e as árvores de onde pendem as maçãs deliciosas. Trazia como arma, na mão direita, não um dardo, mas um podão. Armada com ele, dedicava seu tempo ora a impedir que as plantas crescessem excessivamente e a cortar os ramos que saíam de seus lugares, ora a abrir uma fenda para nela inserir um enxerto, fazendo o ramo adotar um broto que não era seu. Também velava para que suas plantas prediletas não ficassem secas e conduzia até junto delas os canais, a fim de que as raízes sedentas pudessem beber. Essa ocupação era seu objetivo e sua paixão; e estava livre do que Vênus inspira.
Receava os habitantes da região e mantinha seu pomar fechado, sem permitir que homem algum ali entrasse. Os faunos e sátiros dariam tudo de que dispunham para possuí-la, e assim também o velho Silvano , que parece jovem para sua idade, e Pã, que usa uma guirlanda de folhas de pinheiro em torno da cabeça. Vertuno, porém, a ama mais do que todos os outros; mas não tem mais sorte do que os outros. Quantas vezes, sob o disfarce de um segador, ele não levou a Pomona trigo num cesto, em tudo semelhante, de fato, a um ceifeiro! Com uma faixa de feno amarrada em torno do corpo, parecia, realmente, que acabara de ceifar os campos. Algumas vezes, trazia consigo um aguilhão e ninguém duvidaria de que acabara de desatrelar os fatigados bois.
Ora trazia um podão e personificava um vinhateiro; ora, carregando uma escada, dava a impressão de que ia colher maçãs. Às vezes apresentava-se como um soldado licenciado, às vezes carregava um caniço, como se fosse pescar. Desse modo, conseguia aproximar-se de Pomona freqüentemente e alimentava a paixão com a sua presença.
Certo dia, ele apareceu disfarçado de velha, com os cabelos grisalhos cobertos por uma touca e tendo um bastão na mão. Entrou no pomar e admirou os frutos.
- Mereces louvor, minha filha - disse, e beijou Pomona, não exatamente como beijaria uma velha.
Sentou-se num banco e olhou para os ramos carregados de frutos que pendiam acima dela. Em frente, havia um olmo, por cujo tronco subia uma parreira, carregada de uva. Elogiou a árvore e a vinha a ela associada.
- Mas - acrescentou - se a árvore ficasse só, sem a vinha lhe cingindo o tronco, nada teria para nos atrair ou nos oferecer, a não ser as folhas inúteis. E, igualmente, a vinha, se não se enroscasse em torno do olmo, estaria prostrada no chão. Por que não aproveitas a lição da árvore e da vinha e concordas em unir-te a alguém? Eu desejaria que assim o fizesses. A própria Helena não teve tantos pretendentes, nem Penélope, a esposa do astucioso Ulisses. Apesar de desprezá-los, eles te fazem a corte, divindades rurais e outros de diversas naturezas que andam por estas montanhas. Mas, se és prudente, e desejas fazer uma boa aliança, e deixares que te aconselhe uma velha que te ama mais do que supões, deixa de lado todos os outros e aceita Vertuno. É o meu conselho. Conheço-o tão bem quanto ele se conhece. Não é uma divindade errante, mas pertence a estas montanhas. Nem se assemelha a muitos dos amantes de hoje em dia, que amam todas que têm ocasião de ver. Ele te ama, e somente a ti. Ajunta a isso que ele é jovem e belo e tem a arte de assumir qualquer aspecto que deseje, e pode transformar-se exatamente naquilo que desejes. Além do mais, ele ama as mesmas coisas que amas, deleita-se com a jardinagem e admira tuas maçãs. Agora, porém, ele não se interessa por frutas e flores nem outra coisa qualquer, a não ser por ti. Tem piedade dele e imagina-o falando agora por minha boca. Lembra-te de que os deuses castigam a crueldade e de que Vênus detesta os corações duros e vingar-se-á de tais ofensas, mais cedo ou mais tarde.
- Para provar isto, deixa-me contar-te uma história que é bem sabido em Chipre ser verdadeira. E espero que ela tenha como resultado tornar-te mais benevolente.
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"Ífis era um jovem de origem humilde, que se apaixonou por Anaxárate, nobre de uma antiga família da Têucria. Lutou muito tempo com sua paixão, mas, quando viu que não podia dominá-la, procurou a casa da mulher amada, como suplicante.Primeiro contou sua paixão à ama de Anaxárete e pediu-lhe que, se amasse a filha de criação, favorecesse sua causa. Depois, tentou arrastar os criados para o seu lado. Às vezes, escrevia súplicas em tabuinhas e, muitas vezes, pendurou, na porta, guirlandas que molhara com suas lágrimas. Estendia-se nos umbrais da morada da jovem e murmurava suas queixas às barras e fechaduras cruéis que dela o separavam. Anaxárete mostrava-se mais surda que os vagalhões que se erguem nas tempestades de novembro; mais dura que o aço que vem das forjas germânicas ou que a pedra que ainda se prende ao seu rochedo nativo. Zombava e ria-se de Ífis, ajuntando palavras cruéis ao seu rude tratamento, e não lhe dava a mais ligeira esperança.
Ífis já não podia suportar os tormentos do amor desesperançado e, de pé diante da porta da amada, disse estas últimas palavras:
- Venceste, Anaxárete, e já não terás de suportar minhas importunações. Goza o teu triunfo! Canta canções de alegria e cinge tua cabeça de louros. Venceste. Vou morrer. Coração de pedra, regozija-te! Isto ao menos posso oferecer-te e obrigar-te a elogiar-me.
E assim provarei que o meu amor por ti só me abandonará juntamente com a vida. Nem deixarei ao cuidado de outros a notícia de minha morte. Irei eu mesmo e me verás morrer e hás de regalar teus olhos com o espetáculo. Contudo, ó deuses que baixais os olhos para os sofrimentos dos mortais, observai meu destino! Só peço uma coisa: que eu seja lembrado nos tempos vindouros e que ajunteis à minha fama os anos que roubaste de minha vida.
Assim ele disse e, voltando o rosto pálido e os olhos lacrimosos para a mansão da amada, amarrou uma corda ao portal onde muitas vezes prendera guirlandas e, metendo a cabeça no laço, murmurou:
- Pelo menos esta guirlanda há de agradar-te, jovem cruel!
E caiu enforcado, suspenso à corda pelo pescoço quebrado. Ao cair, chocou-se contra a porta, e o ruído foi semelhante a um gemido. Os criados abriram a porta, encontraram-no morto, e, com exclamações de piedade, retiraram o corpo e levaram-no para casa, entregando-o à sua mãe, pois seu pai já era morto. Ela recebeu o corpo sem vida do filho, apertou-o de encontro ao peito e disse as palavras dolorosas que as mães costumam dizer no sofrimento. O triste funeral atravessou a cidade e o pálido cadáver foi levado num caixão para o lugar da pira funerária. Por acaso, a casa de Anaxárete ficava na rua onde passava o desfile,e os lamentos das carpideiras chegaram aos ouvidos daquela a quem a divindade vingadora já marcara para o castigo.
- Vamos ver este triste desfile - disse ela, e subiu a uma torre através de cuja janela aberta contemplou o funeral.
Mal demoraram no vulto de Ífis estendido no caixão, seus olhos começaram a enrijecer e esfriou o quente sangue de seu corpo. Procurando recuar, a jovem percebeu que não podia mover os pés. Tentou virar o rosto, mas em vão. Pouco a pouco, todos os seus membros tornaram-se de pedra, como o coração."

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Não podes duvidar do fato, pois a estátua ainda se encontra no templo de Vênus em Salamina, ostentando a forma exata da dama. E, agora, reflete sobre todas essas coisas, minha querida, e põe de lado o desdém e as protelações e aceita um amante. Assim não possa o granizo hibernal crestar teus jovens frutos, nem os ventos furiosos dispersar tuas flores!"
Tendo assim falado, Vertuno livrou-se do disfarce de velha e se mostrou tal como era, um belo jovem. Pomona teve a impressão de ver o sol irrompendo através de uma nuvem. Ele ia renovar seus apelos, mas não houve necessidade; seus argumentos e seu próprio aspecto triunfaram e a ninfa já não mais resistiu, correspondendo-lhe com o mesmo ardor."

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Thomas Bulfinch em O LIVRO DE OURO DA MITOLOGIA
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