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( Flickr David Reneses )
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Não podemos fugir da vida; temos de compreendê-la. E para compreendermos uma coisa, não devemos dar-lhe pontapés, nem evitá-la. Cumpre ter grande amor, verdadeira afeição por aquilo que queremos compreender. Se desejamos compreender uma criança por exemplo, não podemos coagi-la, forçá-la, ou compará-la com seu irmão mais velho. Devemos olhar a criança, observá-la com carinho, ternura, afeição, com tudo o que de bom possuímos. Do mesmo jeito, devemos compreender essa coisa vulgar que chamamos “nossa vida”, com seus ciúmes, conflitos, aflições, canseiras, pesares. Então quando adquirimos essa compreensão provém uma diferente tranqüilidade, que não pode ser procurada às cegas.
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Há uma interessante história de um discípulo que foi ter com o Mestre.
Encontrava-se este num belo e bem irrigado jardim, e o discípulo sentou-se perto dele – não bem à sua frente, porque sentar-se diretamente à frente do Mestre não seria respeitoso. Assim sentando-se ao lado, o discípulo cruza as pernas e fecha os olhos.
Então pergunta o Mestre: “ Meu amigo, que estais fazendo?”
Abrindo os olhos, o discípulo responde: “Mestre, estou tentando alcançar a consciência do Buda” – e torna a fechar os olhos.
Daí a momentos, o mestre apanha duas pedras e começa a esfregar uma na outra, com muito barulho; então o discípulo desce das alturas em que andava e pergunta: “Mestre, que estais fazendo?”
Ao que o Mestre responde: “Estou esfregando estas duas pedras, para fazer uma delas se torne um espelho. “
Diz então o discípulo: “Mas, Mestre, isso jamais conseguireis,
Encontrava-se este num belo e bem irrigado jardim, e o discípulo sentou-se perto dele – não bem à sua frente, porque sentar-se diretamente à frente do Mestre não seria respeitoso. Assim sentando-se ao lado, o discípulo cruza as pernas e fecha os olhos.
Então pergunta o Mestre: “ Meu amigo, que estais fazendo?”
Abrindo os olhos, o discípulo responde: “Mestre, estou tentando alcançar a consciência do Buda” – e torna a fechar os olhos.
Daí a momentos, o mestre apanha duas pedras e começa a esfregar uma na outra, com muito barulho; então o discípulo desce das alturas em que andava e pergunta: “Mestre, que estais fazendo?”
Ao que o Mestre responde: “Estou esfregando estas duas pedras, para fazer uma delas se torne um espelho. “
Diz então o discípulo: “Mas, Mestre, isso jamais conseguireis,
ainda que fiqueis um milhão de anosa esfregá-las.”
Sorri, então o Mestre e responde: “De modo, idêntico, meu amigo, podeis ficar aí sentado um milhão de anos, que nunca alcançareis o que estais tentando alcançar.” – E é isso o que todos nós estamos fazendo. Estamos tomando posições; estamos desejando alguma coisa, buscando algo, às cegas – o que exige esforço, luta, disciplina. Mas sinto dizer-vos que nenhuma dessas coisas vos abrirá a porta. O que o fará é a compreensão sem esforço; apenas olhar, observar, com afeição, com amor.
Mas não podeis ter amor se não sois humilde.
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( Krishnamurti - Livro. - A mente sem medo )
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