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Tudo pode ser “extraordinário”
se é extraordinária a nossa maneira de ver e de sentir.
Os girassóis de Van Gogh não eram extraordinários,
mas o eram os olhos e a sensibilidade do artista.
Os meus pés descalços pela beira lamacenta de um rio não tem nada de extraordinário,
mas recorda-me como a lama se introduzia entre os meus dedos dos pés.
Isso me faz sentir como um sinal,
de que qualquer pequeno acontecimento,
mesmo o mais comum e insignificante,
pode se transformar em “extraordinário” por toda uma vida.
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( José Saramago)
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