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- Demoraste.
- Não, estava aqui desde o alvorecer.
- Por que não pousaste logo?
- Não deseja te perturbar o sono.
- O que tem meu sono?
- Gosto de imaginar teu sono, por trás das pétalas,
por entre o caule, descendo pelas raízes;
gosto de imaginar teu sonho
que arranca das pedras onde estás incrustada.
- Mas nada arranco das pedras; e não existem sonhos.
- Por que pensas assim?
- Deveria pensar diferente?
- Sim. Tu nasceste do impossível.
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( Patricia Tenório )
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